sábado, 23 de maio de 2009

Carta Pastoral...

Como me entristece ver uma Família em contextos de desventuras!

É com muita frequência que ouço, de forma directa ou indirecta, relatos de problemas, de inimizades, de ausências, de fugas, de gritos, de guerrilhas, de guerras, de injustiças, de violência, etc, no âmbito das Famílias. Estrutura cada vez mais ameaçada por contextos exteriores a si mesmo, com invasão de parâmetros, objectivos, estratégias e filosofias de vida completamente agressivos e claramente destruidores de bom e pacífico ambiente que deve caracterizar cada Família.

É de toda a conveniência que as Famílias cristãs saibam o que Deus espera que elas sejam. Quer na forma como se devem estruturar, quer nos critérios que devem sustentar a sua forma de existir, quer nos relacionamentos que devem manter, como Instituição criada por Deus, quer nos objectivos para os quais devem dirigir toda a sua atenção, devoção e paixão. As Famílias onde Cristo é Senhor sabem, de forma muito clara, o caminho que Deus delineou e os objectivos que Ele tem para si. Desta forma, reúnem as melhores condições para resistirem a tudo aquilo que vem do exterior, com o objectivo de minar, destruir e desgraçar aquilo que o Senhor Deus quer abençoar. E essas condições são alimentadas e sustentadas pelo maravilhoso poder e pelo sublime amor do nosso Deus. E quando assim é, o caminho para a estabilidade, para a segurança, para o bem-estar e sucesso está garantido.

As Famílias cristãs deverão ter muita atenção com os modelos operativos que vêm através da televisão, dos amigos e/ou colegas e até dos vizinhos. No fundo, cada Família é uma entidade autónoma, com leis próprias, com contextos próprios, com pessoas bem diferentes de todas as outras, na medida em que Deus nos fez com personalidades e caracteres distintos, únicos, singulares.

A aplicação de um modelo que se traduziu, eventualmente, em sucesso, não é garante automático de sucesso. Por vezes, tentamos copiar modelos completamente desfasados dos nossos contextos familiares e implementá-los, nem que seja à força, na nossa família. E daí a instabilidade, gerada pela impreparação para os assumirmos, e a inadequação desses modelos à pessoa que somos e ao lar onde estamos integrados. É óbvio que não somos ilhas isoladas, mas nem tudo é adaptável, ou aconselhável. É óbvio que podemos examinar tudo, mas devemos apenas reter aquilo que é bom, saudável e aprovado por Deus!

Quando nos referimos ao exterior, não estamos, logicamente, a falar de Deus e de todos aqueles que O amam e de todas as Famílias onde Ele efectivamente reina. No entanto, apesar de muitos e tão interessantes pontos de convergência nos propósitos de Deus para os Lares onde reinam os Seus filhos, também existem pontuais e circunstanciais diferenças, na medida em que também somos diferentes e diferentes também os nossos agregados familiares. E com base nessas semelhanças, que devem ser dignamente valorizadas, também podemos, e devemos, apoiar as outras Famílias, com as suas diferenças, em séria atitude de diálogo e de solidário companheirismo. E, se assim for, tornaremos mais forte a nossa defesa e mais sólida a nossa consistência.

A minha oração é para que o nosso Deus nos ajude, de forma muito forte, a fim de que a inter-ajuda seja norma entre as Famílias da nossa Igreja. Ajudados por Deus poderemos, mais facilmente, ajudar os outros, inclusive as Famílias onde o Senhor Deus não está presente. E no próximo Domingo teremos uma boa oportunidade de acedermos aos desafios de Deus para irmos ao encontro de Famílias onde a graça de Deus está ausente… na Conferência Missionária a realizar em Mangualde.

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