sábado, 29 de outubro de 2011

Culto da tarde...

No último Domingo, o Pr. Jónatas Lopes trouxe-nos uma mensagem da parte de Deus baseada em Lucas 1:26-48. Este texto bíblico relata um episódio na vida de uma mulher, cuja postura revela mansidão: Maria. Será que conseguimos imaginar a situação em que Maria é colocada quando o anjo Gabriel a informa que ela vai ser mãe de Jesus? Estamos a falar de há 2 mil anos atrás. Uma mulher solteira e virgem fica subitamente grávida... Como não lhe terá sido difícil explicar que estava grávida por obra do Espírito Santo e não por ter tido relações sexuais. E José, o noivo de Maria? Como não terá sido difícil ouvir os comentários desagradáveis dos seus amigos em relação à gravidez de Maria!
No versículo 27, a palavra "virgem" aparece duas vezes. Na Bíblia, quando uma palavra se repete é porque tem alguma importância. Aqui serve para percebermos que José não teve influência alguma na gravidez de Maria. Analisemos as palavras que o anjo dirigiu a Maria: - Salve: era um cumprimento vulgar na altura. Não tinha qualquer significado especial. - Agraciada: significa "aquela que recebe bênção divina". Logo, nós também somos agraciados, porque recebemos bênçãos de Deus. - Bendita: significa "aquela de quem vão dizer bem; aquela que vai ser louvada". Louvar significa elogiar, valorizar.
Maria ficou espantada - e até algo perturbada - mas o anjo logo a tranquilizou, dirigindo-lhe as seguintes palavras: "Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus" (v.30). E nós, não achámos nós também graça diante de Deus? O anjo explicou-lhe o que iria suceder: que tinha sido escolhida para ser a mãe do Salvador do mundo. Maria perguntou-lhe, então, como é que isso seria feito, visto que era virgem. Não perguntamos nós também, muitas vezes, como é que Deus poderá operar em determinada situação?
O anjo contou a Maria que a sua prima Isabel, que era estéril e avançada em idade, também estava grávida... Uma virgem e uma idosa, que sempre fora estéril , subitamente, engravidam... Isto mostra que para Deus nada é impossível... Revelamos mansidão quando reconhecemos que para Deus não há impossíveis e Lhe entregamos tudo: família, trabalho, negócios, estudos, etc... Também somos mansos quando pedimos a Deus que Ele faça a Sua vontade na nossa vida. Oxalá consigamos aplicar isto à nossa vida, pois se o fizermos, conseguiremos atingir um bom grau de tranquilidade... Vivamos um dia de cada vez, pois basta a cada dia o seu mal (Mateus 6:34).
Continuemos a analisar o diálogo entre Maria e o anjo... "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra", disse Maria. Estas palavras, proferidas por Maria, sem hesitação, revelam muita coragem e um invulgar grau de confiança em Deus; mostram que Maria vivia na dependência de Deus. Oxalá nós também aprendamos a depender de Deus, pois a sua vontade para nós é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2).
Maria faz, então, um cântico em que reconhece a sua pequenez perante a grandiosidade de Deus, o que mostra que nela não existe qualquer poder. "E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador", declara Maria, reconhecendo assim que é pecadora e que, portanto, precisa de um Salvador, porque "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23). "Porque atentou na baixeza da sua serva" (v.48). Maria revela, uma vez mais, humildade, pois auto intitula-se de serva, ou seja, escrava. Ela cria convictamente que "todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Romanos 8:28)". Se vivermos segundo a vontade de Deus, temos a garantia de que tudo o que nos sucede contribui para o nosso bem. No entanto, infelizmente, hoje em dia, as pessoas desejam apenas uma amizade colorida com Deus; não querem um compromisso sério. "...desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada". Isto é, abençoada. É de notar que a palavra "felicidade" não aparece na Bíblia, pois sugere a ideia de se ter condições favoráveis para andarmos sempre a sorrir. Nós somos abençoados por Deus, o Senhor dos impossíveis, e isto traz-nos alegria permanente, não a alegria que o mundo conhece, a qual é efémera... Sim, somos bem-aventurados!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Culto da tarde...

No último Domingo, o Pr. Jónatas Lopes pregou com base em Mateus 13:34-35. Jesus está a viver os seus últimos dias e deixa as instruções finais aos seus discípulos, dando-lhes um novo mandamento; um mandamento, que em conjunto com um outro dado anteriormente, resume toda a lei. Depois de dizer que se deve amar a Deus acima de todas as coisas, Cristo diz agora que nos devemos amar uns aos outros como Ele nos amou. Reflitamos na dimensão do amor de Deus... O amor de Deus por nós é tal que enviou o Seu Filho amado para nos remir a fim de nos aproximarmos de Deus, uma vez que em nós próprios não existe capacidade alguma de nos chegarmos a Ele. Quem seria capaz de dar a vida de um Filho por alguém? Talvez déssemos a nossa própria vida, mas abdicar de um filho é algo impensável para a maioria de nós. Porém, foi isso que Deus fez por nós.
Oxalá reconheçamos, a cada dia, que nada somos sem Deus. Só assim, passaremos a depender totalmente dEle e a viver para Sua glória, pois foi para isto que fomos criados. Nós não fomos criados para ter uma vida fácil, para ter aquilo que desejamos. Fomos criados para darmos glórias a Deus, para termos uma relação profunda com Ele, para sermos santos, isto é, separados para Ele. Mas, aqui, uma pergunta impõe-se: Quando é que Deus se sente glorificado? A resposta é simples... Deus é glorificado quando achamos que Ele tem o melhor para nós e, portanto, Ele é suficiente para nós. Deus glorifica-se quando sente que nos satisfazemos com Ele, quando reconhecemos que Ele nos chega. Às vezes, pensamos que basta conhecermos a Deus para Ele nos dar tudo aquilo que desejamos no devido tempo. Contudo, não é isto que a Bíblia nos diz no Salmo 37:5. "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e Ele o fará". Ou seja, temos de entregar a nossa vida a Deus. Só então, a Sua graça e o Seu amor se manifestarão plenamente. No entanto, isto não nos garante uma vida isenta de problemas... Assegura-nos, isso sim, uma tranquilidade indescritível para enfrentarmos esses desafios. Deus age de uma forma tremenda. Às vezes, Ele deixa-nos esperar até ao último minuto para que percebamos do que somos feitos... Oxalá nos consigamos aquietar nesses momentos, pois Ele é Deus (Salmos 46:10).
No versículo 35, Jesus diz que as pessoas saberão que somos Seus seguidores se nos amarmos uns aos outros. Oxalá este amor seja uma realidade no nosso meio. A Bíblia diz que nos foi dado o ministério da reconciliação. Porém, muitas vezes, somos duros e recusamo-nos a perdoar alegando que os outros têm de pedir perdão a fim de os perdoarmos. Porém, o mandamento de Jesus é bem claro: devemos amar a todos e devemos conceder perdão, mesmo antes de nos ser pedido. E, aqui, devemos fazer a separação entre a pessoa e o seu erro... Não nos é pedido para amarmos a sua atitude incorreta, mas é-nos exigido que amemos a pessoa que a cometeu. Não guardemos rancor ou mágoa dentro de nós. O ódio corrói-nos... Precisamos de olhar para a cruz e reconhecer que éramos nós que lá deveríamos ter estado. Se Deus nos perdoou, quem somos nós para não perdoarmos? Todos falham, incluindo nós. Por isso, tenhamos amor para com os outros. O amor cobre uma multidão de pecados, logo o amor facilita o perdão...
Façamos tudo em amor. E as pessoas pessoas frontais precisam de ter um cuidado especial, pois dizer tudo o que se quer exige que que o façamos de forma adequada e no momento certo. É melhor acalmarmo-nos, pois, a maioria das vezes, no calor da discussão dizem-se coisas que deixam marcas mais profundas do que as agressões físicas... Quantas vezes não dizemos que determinada pessoa falhou para connosco e que vai ter que reconhecer isso? Isto desaparece quando existe amor, pois uma atitude assim não tem nada a ver com amor; tem é tudo a ver com ódio... Como é que as pessoas perceberão o amor de Deus se guardarmos rancor uns dos outros?! Se Deus nos perdoou, quem somos nós para não perdoar? Se Deus nos amou, quem somos nós para não amarmos os outros? Sejamos mansos!
Esforcemo-nos por não olhar para os erros dos outros, pois tendemos a ver o cisco no olho do nosso irmão e não vemos a trave que está no nosso (Mateus 7:4-5). Façamos aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem a nós. Quando temos este tipo de relacionamento com Deus, uns com os outros e com todas as pessoas com quem convivemos, então, o versículo 35 torna-se uma realidade na nossa vida... "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (João 13:35). Que assim seja.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Culto da tarde...

No passado Domingo, o Pr. Jónatas Lopes trouxe-nos uma mensagem que teve suporte bíblico no texto registado em Colossenses 1:13-17. Por que é que nos relacionamos com Deus? É para obtermos aquilo que nós queremos ou é para que a Sua vontade se cumpra na nossa vida? Oxalá nos encaixemos na segunda hipótese. E, enquanto esperamos que a vontade de Deus se concretize na nossa vida, devemos ser mansos de coração. Mas, como mostrar mansidão quando tudo parece estar contra nós? Às vezes, temos problemas de saúde, no trabalho, nos relacionamentos, etc, que quase que podíamos cantar com o Rui Veloso: "Parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar". Então, como ser manso em circunstâncias tão adversas? Tudo parte da nossa percepção acerca da pessoa de Jesus Cristo, "o qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor" (v.13).
As pessoas, muitas vezes, espantadas com a nossa dedicação à Obra, desejam saber porque é que vamos à Igreja assiduamente e porque servimos na nossa comunidade. A resposta é simples: porque sabemos o que é bom; porque Deus ama-nos tanto que enviou o Seu precioso Filho para morrer por nós (João 3:16). Logo, Ele é o melhor para a nossa vida. Muitos alegam que, por seguirmos a Cristo, nós não podemos fazer muitas coisas que proporcionam grande satisfação. No entanto, nós temos liberdade para fazer tudo, mas nem tudo nos convém (I Coríntios 1:23). Assim, seremos sábios se fizermos escolhas dentro da vontade de Deus, a qual é boa, perfeita e agradável...
Para percebermos a magnitude do que Deus fez por nós, basta olharmos para o nosso passado. Ele tirou-nos de um mundo de horror e transportou-nos para o reino do Filho do Seu amor (v.1). Isto não significa que já não temos problemas, mas, quando estes surgem, sentimos uma paz invulgar, uma paz que transcende o racional. Oxalá consigamos aplicar à nossa vida o versículo registado em Salmos 37:5: "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele e ele o fará".
O versículo 14 mostra que, em Cristo, há redenção para haver libertação. Como é bom sabermos que Alguém deu a Sua vida por nós. E se Ele deu a Sua vida, não fará outras coisas menores, não fará aquilo que precisamos? O versículo 16 declara que tudo foi criado por Ele e para Ele. Se Deus criou, Ele sabe todas as coisas, pelo que não lhe conseguimos esconder nada. Além disso, se criou tudo, Ele sabe o que é melhor para nós. E porque todas as coisas foram criadas por Ele, todas elas devem ser para Sua honra. Paulo estava aqui a combater a ideia de que Cristo não bastava para a Salvação. Paulo afirma que Ele é suficiente, mostrando assim que não estamos aqui para sermos felizes, mas sim para vivermos para a glória de Deus.
"Todas as coisas subsistem por Ele" - declara o verso 17. A nossa vida, às vezes, parece um puzzle com peças soltas, sendo-nos difícil entender como é que aquilo vai fazer sentido. Desafios que nos preocupam, o passado que nos atormenta, problemas que surgem do nada. Contudo, Deus faz com que todas essas "peças" soltas se liguem, desde que Ele esteja no centro da nossa vida. Todas as coisas têm um propósito (Romanos 8:28). Isto dá-nos certezas e confiança na pessoa de Cristo. Quando não percebermos nada do que está a acontecer, sejamos mansos para admitir que já não aguentamos mais e peçamos a intervenção divina, pois, no Seu tempo, Deus faz tudo muito bem.
Se a nossa vida é para a glória de Deus, por que é que gastamos tanto tempo preocupando-nos com o futuro? Não devemos andar ansiosos em relação a coisa alguma, pois Ele até das aves cuida (Mateus 6:25-34). A vida cristã não é sobre mim, nem por mim; é sobre Deus e por Deus, pois tudo foi criado por Ele e para Ele. Então, tenho de fazer aquilo que Ele quer e não o que eu quero. Oxalá possamos dizer com o apóstolo Paulo, em Gálatas 2.20: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim..."

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Escola Bíblica Dominical...

A nossa lição da EBD no último Domingo, baseada em Romanos 7, teve por título: "Tem tudo a ver com vitória sobre o pecado". Os primeiros versículos são praticamente ignorados nos dias que correm, pois falam do compromisso que representa o casamento, o qual deve durar a vida toda. A mulher está ligada ao marido, enquanto este viver, afirma o verso 2. Ou seja, o vínculo entre o casal é válido até que a morte os separe, pelo que não deve ser desfeito. Isto mostra que mesmo que o casal se separe, o vínculo mantém-se e, portanto, se houver envolvimento com outra pessoa, isso é considerado adultério. Mas, como manter a união mesmo no meio das dificuldades? John Piper diz que os relacionamentos são tão difíceis que se não incluírem Deus, sucumbem. Daí que o passo para o casamento não deva ser dado de ânimo leve; devemos pedir sempre a orientação de Deus.
Os versos 4 a 6 declaram que já não estamos sob a Lei. Significará isto que já não devemos obedecer à Lei? De todo! Porque Deus sabia que éramos incapazes de cumprir integralmente a Lei, Ele enviou Jesus para a cumprir por nós. Assim, se quebrarmos um dos mandamentos e nos arrependermos, somos perdoados. Maravilhosa graça! Os versículos seguintes mostram-nos que a Lei serve de orientação e se esta não especificasse o que é errado, não saberíamos o que era pecado.
O versículo 12 afirma que a Lei em si é santa e que o mandamento em si é santo (separado para Deus), justo (correcto, que não falha) e bom... Será que compreendemos a bondade implícita na Lei? Muitas vezes, a nossa reacção relativamente aos mandamentos é semelhante à dos filhos em relação às ordens dos pais. Apesar de estas visarem o bem da criança, ela nem sempre as entende como tal. A Lei é boa. A Bíblia diz-nos que devemos pautar-nos pela honestidade e legalidade; aconselha-nos a considerar os outros superiores a nós próprios; manda-nos amar ao próximo como a nós mesmos; diz-nos para nos guiarmos pela Palavra e não pelo nosso coração. A Lei é, de facto, boa.
Os versos 15 a 19 contêm palavras do apóstolo Paulo e retratam a luta entre a carne e o espírito. Paulo desejava fazer o bem, mas nem sempre o fazia. Não passámos nós já por algo semelhante? Muitas vezes, optamos por fazer algo que é incorrecto, mesmo estando conscientes de que isso aborrecerá a Deus. Antes de cometermos o pecado, há um momento de decisão, o momento "faço ou não faço". O segredo para não cairmos está na intensidade da nossa comunhão com Deus. Quanto mais forte ela for, menor é a probabilidade de cedermos ao mal. Por outro lado, é quando estamos mais perto de Deus que mais somos tentados... Mas, porque é que o diabo tenta os crentes se sabe que estes não perdem a salvação que lhes foi oferecida por Deus, através de Jesus? Porque o objectivo de satanás é retirar toda a glória a Deus e ele trabalha em nós das mais diversas formas. Uma das suas armas é o nosso passado, que ele faz questão de trazer à nossa memória, tentando assim desvalorizar a transformação que Deus operou em nós. O diabo também nos tenta porque sabe que quando estamos em comunhão com o Pai, somos crentes que evangelizam e servem das mais variadas formas e ele não fica feliz quando nos vê a servir a Deus. Ainda assim, vale a pena mantermo-nos próximo de Deus, pois assim teremos força para resistir ao diabo e ele terá de fugir de nós (Tiago 4:7).
Sabendo desta luta entre a carne e o espírito e estando conscientes de que pecamos, será que isto muda a nossa perspectiva em relação os outros? Deveria mudar, pois devo ser capaz de me colocar no lugar dos outros quando estes falham e, em vez de fazer comentários ao seu acato errado, devo tentar levantá-lo e procurar a sua restauração. Oxalá oremos por essa pessoa em vez de a criticar, pois, muito provavelmente, no lugar dessa pessoa e perante as mesmas circunstâncias, faríamos exactamente as mesmas coisas. É nosso dever apoiar os nossos irmãos. Outro erro que cometemos com frequência é "exigir" que quem acaba de aceitar Cristo como seu Salvador mude imediatamente o seu estilo de vida. Essa transformação vai acontecendo aos poucos. O processo de santificação é gradual. Sejamos tão tolerantes e pacientes com os outros como gostaríamos que o fossem connosco...

sábado, 8 de outubro de 2011

Culto da tarde...

No último Domingo, o Pr. Jónatas Lopes pregou com base no texto bíblico registado em Mateus 20:17-28. "Mansidão" foi o tema da mensagem... A mansidão é um dos gomos do fruto do Espírito. Eis alguns sinónimos do adjectivo manso: brando de génio; pacífico de índole; tranquilo; plácido; sossegado. Infelizmente, muitas vezes, na nossa relação com Deus, não revelamos mansidão, pois exigimos que Ele faça a nossa vontade. O episódio relatado neste texto bíblico é disso prova. Este texto aparece pouco tempo antes da morte de Cristo. Este chamou os Seus discípulos à parte para lhes revelar o que estava prestes a acontecer (v.17). Isto mostra que Jesus valorizava as relações pessoais e este é, indubitavelmente, o melhor método de ensino. Como diz John Maxwell, o melhor líder é aquele que melhor serve.
Jesus informa, então, os Seus seguidores de que será condenado à morte brevemente. Será que conseguimos imaginar como estaria Jesus naquele momento? O Seu coração devia estar contristado por causa do sofrimento que o aguardava, mas, ainda assim, Ele resolveu falar disso. Disse-lhes que ia ser maltratado e humilhado. Um grande líder é aquele que partilha as suas dificuldades. Cristo fê-lo e Ele foi o maior líder de sempre. É neste ambiente que surge a mãe de Tiago e João. Ela aparece em atitude de adoração, mas, logo de seguida, faz um pedido ousado. Ela pede a Jesus que permita que os seus filhos se sentem ao Seu lado, um à esquerda e outra à direita, no Seu reino. Ou seja, eles não demonstraram amor e preocupação para com a pessoa de Jesus neste momento tão angustiante para Ele. Eles adoraram-no para que Ele lhes satisfizesse o seu desejo de destaque. Que atitude tão egoísta e egocêntrica! Quantas vezes não somos nós assim também? No momento em que Cristo merece que Lhe demos o nosso melhor, nós queremos o melhor para nós. Infelizmente, tendemos a preocupar-nos, em primeiro lugar, com as nossas próprias coisas. Tendemos a pensar que temos de adorar a Deus para que Ele resolva os nossos problemas e, quando oramos, por norma, pedimos que Ele solucione as nossas dificuldades, em vez de procurarmos saber o que Ele tem para nós. Oxalá demos a Deus o nosso melhor! Não sirvamos a Deus por aquilo que Ele nos pode dar. Sejamos mansos de coração e adoremos a Deus pelo que Ele é, pela Sua graça e pela sua misericórdia. Não fazemos nenhum favor a Deus se O adorarmos. Muito pelo contrário, adorá-lO é um privilégio, pois nada somos perante Ele. Oxalá interiorizemos que Deus não existe para nos servir. Nós é que fomos criados para O servir e glorificar.
No versículo 22, Jesus diz a Tiago e a João que, ao pedirem lugares especiais no reino de Deus, não sabem o que estão a dizer, pois é o próprio Deus que decide qual o lugar que cada um ocupará. Não somos nós que escolhemos o que é melhor para nós, é Deus... Oxalá as nossas orações cheguem até Deus em atitude de agradecimento, pedindo-lhe que seja feita a Sua vontade, pois ela é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2).
Os outros discípulos, percebendo que João e Tiago queriam destaque, indignaram-se contra eles. Este é um erro que cometemos com frequência: julgar os outros quando estes falham. Devemos irar-nos contra o pecado, mas não contra as pessoas que o cometem. Em vez de julgarmos, vamos apoiar essas pessoas e orar por elas. É preciso percebermos que por detrás de uma atitude está sempre um sentimento. Contudo, infelizmente, às vezes, vemos o cisco que está no olho do nosso irmão e não vemos a trave que está no nosso. Evitemos também falar dos outros para mostrarmos aquilo que julgamos ser a nossa superioridade em relação a essas pessoas, pois se o fizermos estaremos a imitar os fariseus (Lucas 18:9-14). Todos nós falhamos! Muitas vezes, perde-se a razão pela forma como se chama à razão...
Após ser abordado por João e Tiago com este pedido atrevido, Jesus diz algo aparentemente contraditório. Ele declara que liderar é servir; que ser grande é fazer-se pequeno. E Ele é o exemplo máximo disto. Cristo, que podia ser servido, veio para servir. Além disso deu a Sua vida por nós, sofrendo a humilhação da morte por crucificação. Revelamos falta de mansidão quando vivemos de acordo com a nossa própria vontade e não segundo a de Deus. Em Mateus 6:33, somos aconselhados por Jesus a buscar primeiro o reino de Deus, isto é, a Sua vontade para nós. Oxalá sejamos mansos de coração (Mateus 5:5), buscando sempre aquilo que Deus tem para a nossa vida e não aquilo que desejamos para nós!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Culto de Estudo Bíblico...

Na última Quarta-feira, iniciámos o estudo do livro de Gálatas. Gálatas é uma carta escrita por Paulo às igrejas da Galácia, onde havia pessoas que estavam a tentar levantar dúvidas relativamente ao seu apostolado e à sua mensagem. Além disso, havia problemas entre os crentes. Os judeus, que tinham por tradição circuncidarem-se, queriam impor esse hábito aos crentes gentios. Paulo esclarece, então, que a verdadeira circuncisão não é a tradicional, mas sim a circuncisão do coração...
Nesta carta, Paulo sente a necessidade de se declarar apóstolo, salientando que não o é da parte dos homens, mas, sim, por Jesus Cristo e por Deus Pai. E é isto mesmo que significa ser apóstolo... Apóstolo é alguém que foi enviado por Deus e que teve um encontro face a face com Ele. É por isso que actualmente não há apóstolos, pois para se ser apóstolo é preciso ter um encontro visível com Deus e a revelação directa terminou em Apocalipse. No entanto, infelizmente, há pessoas que se auto-intitulam apóstolos a fim de trazerem revelações directas às pessoas. Importa salientar que Deus ainda se revela (indirectamente), mas essas revelações nunca contradizem a Sua Palavra.
Na carta aos Gálatas, Paulo também alerta para o facto de por vezes fazermos coisas para agradar aos que nos rodeiam, quando o nosso alvo devia ser agradar a Deus, pois fomos criados para a Sua glória. Há, de facto, por aí muitos pregadores que alteram as Escrituras Sagradas para poderem agradar aos homens. Isto é particularmente verdade em relação ao "Evangelho" da Prosperidade. Contudo, como diz John Piper, basta-nos analisar a vida do apóstolo Paulo para verificarmos que essa teoria não tem qualquer fundamento. Os filhos de Deus não estão imunes ao sofrimento nem isentos das dificuldades da vida. Paulo, servo fiel de Deus, que se desgastou em prol da Sua Obra, sofreu humilhações e perseguições, foi açoitado e passou as mais variadas necessidades durante o seu ministério... Ou seja, a sua vida contradiz o Evangelho da prosperidade que defende que os Cristãos não precisam de ter problemas de dinheiro, de saúde, etc, etc...
Oxalá entendamos o Evangelho da graça de Deus, que nos garante um futuro feliz no céu e também na terra, embora não nos assegure uma vida isenta de problemas. Garante-nos, contudo, a presença do Espírito Santo, o Consolador... Maravilhosa Graça!