terça-feira, 30 de agosto de 2011

Culto da tarde...

A mensagem que o Pr. Jónatas Lopes nos trouxe no último Domingo teve suporte bíblico no texto registado em Ageu 1.

O livro de Ageu foi escrito no ano 520 a.C. Após um longo período de cativeiro na Babilónia, os Judeus regressaram a Jerusalém e encontraram o templo destruído. Começam, então, a reconstruí-lo, mas rapidamente abandonam o projecto e, durante 15 longos anos, o trabalho de reconstrução não avança. É neste contexto que surge a mensagem de advertência da parte de Deus, através de Ageu.

O primeiro versículo mostra que a Palavra é sempre do Senhor. Ageu era apenas um intermediário. Ele recebeu a mensagem de Deus, transmitiu-a aos responsáveis do povo, Zorobabel e a Josué, e estes, por sua vez, entregaram-na ao povo.
O verso 2 mostra que Deus separa-se do Seu povo sempre que há pecado. Na mensagem que Deus dá ao povo, Ele diz: "Este povo" e não "Este meu povo". Isto é, não está presente a ideia de posse.
Deus mostra ao povo a Sua indignação por eles acharem que ainda não é tempo de reconstruir o Templo, não obstante terem passado 15 anos desde o início das obras. Esta ideia de procrastinar também está muito presente nos dias correm, nomeadamente, no que se refere às coisas de Deus, pois os nossos assuntos pessoais não gostamos nada de adiar.
O adiamento das coisas acontece porque não há excelência; porque ainda não acreditamos que Deus merece o nosso melhor. Esta ideia de que para o Senhor Deus qualquer coisa serve tem de desaparecer do meio do povo de Deus. Não devemos fazer nada por obrigação, mas porque sentimos gozo e alegria.
Que prioridade tem Deus na nossa vida? As prioridades vêem-se no tempo que dedicamos às coisas e na qualidade desse tempo. Que tempo é que damos ao Senhor Deus? É o melhor tempo ou é o tempo menos produtivo do dia? É Deus que tem realmente a primazia na nossa vida?

As prioridades do povo de Judá estavam claramente invertidas, como podemos constatar no versículo 4. Estavam a dar prioridade às suas próprias casas, construindo habitações luxuosas e descurando totalmente os trabalhos de reconstrução do templo. Ou seja, eles queriam viver em casas luxuosas, mas não queriam que Deus habitasse no meio deles, pois, como sabemos, naquela altura, era no Templo que Deus se revelava ao Seu povo.
É gritante o contraste entre a forma como o povo tratava das suas coisas pessoais e a atenção que dedicava às coisas de Deus! Quando damos a primazia ao nosso ego, passamos a adorar os nossos interesses em vez de fazermos a vontade de Deus.

A excelência tem que ser o mínimo quando fazemos algo para Deus, quer seja a arrumar cadeiras e a colocar flores numa jarra, quer seja a pregar ou a evangelizar...
O verso 6 contém as consequências de não se aplicar o coração aos caminhos do Senhor. Havia pobreza no meio da abundância... Tinham muito, mas nada os satisfazia. Os bens materiais não nos trazem satisfação duradoura...

Tudo o que fizermos sem Deus, sem Deus o receberemos; tudo o que fizermos que não esteja dentro da vontade de Deus, receberemos fora da vontade de Deus e não nos satisfará. Quanto é que investimos nas coisas de Deus? Sentimos satisfação ou sentimos um vazio como o povo de Judá?
No versículo 7, Deus adverte o povo para o facto de estar a aplicar a sua atenção aos seus próprios interesses. Há 15 anos que o povo apenas se preocupava consigo...
Oxalá apliquemos o nosso coração ao caminho de Deus. "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará (Salmo 37:5).

Oxalá busquemos primeiro o reino de Deus, pois, se o fizermos, temos a garantia de que tudo o resto nos será acrescentado (Mateus 6:33).

O verso 8 contém uma ordem que requer obediência. Deus exige ao povo que arranje madeira daquela que eles utilizaram nas suas próprias casas e a usem na reconstrução do Seu Templo. Ou seja, Deus quer que Lhe demos aquilo que queremos para nós.
Os versículos 9-11 contêm a explicação para a as fracas colheitas. Deus estava a reter as suas bênçãos porque o coração deles estava nas suas próprias coisas. Isto também acontece em relação a nós. Muitas vezes, o Senhor retém as bênçãos que tem para a nossa vida porque o nosso coração está nas bênçãos e não no Deus das bênçãos. Às vezes, Deus não só retém as bênçãos como castiga, como podemos ver no verso 11.
Entretanto, acontece um reviravolta nesta história. Os responsáveis do povo ouviram com inteligência a mensagem da parte de Deus, tendo decidido obedecer-Lhe (v.12). Isto é, o povo temeu a Deus e reconheceu que não era nada sem Ele. "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Provérbios 9:10). Então, Deus restabelece a ligação com o Seu povo, algo que é notório logo no verso 13: "Eu sou convosco, diz o Senhor". Eles ouviram, temeram e fizeram a vontade de Deus e Ele voltou a considerá-los Seu povo. Maravilhosa graça!
No versículo 14, vemos que todo o povo se juntou para reiniciarem as obras de reconstrução do Templo. Isto mostra que Deus quando trabalha não é somente nos líderes, mas, sim, em todo o povo. Todos temos algo a fazer na Obra do Senhor...