domingo, 27 de fevereiro de 2011

EBD...

A nossa lição da Escola Dominical, baseada em II Reis 24:12-13, foi-nos trazida pela Irª Marta Azevedo e teve por título "Mantém a Esperança Viva". "A vida com Cristo é uma esperança sem fim; sem Ele, é o fim da esperança". Mas, como manter a confiança em Deus, enquanto Ele trabalha e nós não vemos nada a acontecer? Como aguentar esse período de espera, sem desesperarmos?
Nabucodonosor, o rei da Babilónia, sitiou Jerusalém e Joaquim, rei de Judá, não tendo alternativa, rendeu-se, tendo sido levado cativo para a Babilónia. A cidade de Jerusalém foi saqueada; os tesouros e a mão de obra especializada foram levados... Toda a riqueza desapareceu; ficou apenas aquilo que não tinha valor.
Que grande lição para nós! Os bens materiais e a glória deste mundo são efémeros. Não devemos, em circunstância alguma, colocar neles a nossa confiança. Oxalá ajuntemos antes tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam (Mateus 6:20).
Entretanto, um outro rei assume o trono de Judá: Zedequias. Este "fez o que era mau aos olhos do Senhor" (II Reis 24:19) e sofreu as consequências: um novo cerco. Assim, o pouco que ainda existia foi destruído... O templo, a jóia de Jerusalém, foi incendiado e a cidade foi reduzida a cinzas. A glória da esplendorosa Jerusalém esfumou-se!
Certamente que quem observava tamanha devastação, pensava que Deus havia abandonado o Seu povo. Jeremias, no livro de Lamentações, refere-se a essa situação. Mas, no capítulo 3, o seu lamento transforma-se em esperança, presenteando-nos com um dos mais reconfortantes versículos da Bíblia: "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã" (Lamentações de Jeremias 3:22-23).
Não obstante as ruínas que o cercavam, Jeremias conseguiu perceber que a misericórdia do Senhor não conhece limites e que ela é a causa de não sermos consumidos. Será que no meio dos escombros em que, às vezes, a nossa vida se transforma, nós também conseguimos vislumbrar a misericórdia de Deus?
Entre os milhares de pessoas levadas cativas para a Babilónia, encontravam-se uns jovens de boa aparência, sábios e hábeis (Daniel 1:4): Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
Muitos certamente perguntarão onde é que estaria Deus que permitiu aqueles 70 anos de exílio. Ele estava com os amigos de Daniel quando estes foram colocados na fornalha ardente. Ele estava com Daniel quando este foi lançado na cova dos leões... E este episódio, que tinha tudo para ser uma tragédia, transformou-se em bênção. O rei Dário, ao constatar que Daniel não havia sido devorado pelos leões, divulgou o acontecimento, enfatizando o poder do Deus a quem Daniel servia. "Ele salva, livra, e opera maravilhas no céu e na terra; ele salvou e livrou Daniel do poder dos leões" - declarou o rei da Babilónia.
Daniel influenciou Dário e Ciro, o Persa, o qual viria a decretar a libertação dos Judeus. Nunca somos colocados num determinado lugar por acaso. Há um propósito para tudo. Aqueles jovens judeus exilados na Babilónia cumpriram o seu propósito. Por mais perplexas que sejam as circunstâncias em que eventualmente nos encontramos, confiemos em Deus, pois Ele pegar-nos-á ao colo quando atingirmos o limite das nossas forças. As mãos misericordiosas de Deus estão sempre estendidas na nossa direcção...
A Irª Zaida Roque trouxe-nos uma reflexão, tendo-nos levado a meditar sobre as inevitáveis desilusões da vida. Às vezes, as circunstâncias em que nos encontramos são tão angustiantes que nos sentimos encurralados . Então, colocamos a situação nas mãos de Deus. E, às vezes, vemos a actuação de Deus imediatamente; outras, nem por isso. Outras vezes, até pensamos que o problema já está resolvido, mas logo a seguir, verificamos que não é bem assim. Então, ficamos desapontados e a espera pela solução torna-se cada vez mais dolorosa.
As esperas prolongadas provocam desânimo. Foi assim que o povo Hebreu se sentiu durante os 400 anos de exílio no Egipto (Êxodo 6:6-9). Porém, quando, finalmente, lhes foi anunciada a sua libertação, eles não ouviram... Não somos nós assim tantas e tantas vezes? Há momentos em que estamos tão em baixo que não conseguimos olhar para cima, para o Deus que sempre nos socorre. Oxalá consigamos, durante as adversidades, olhar para trás, a fim de vermos que Deus esteve sempre connosco, situação após situação.
Às vezes, Deus trabalha, fazendo coisas extraordinárias e, nós, devido à nossa ânsia de espírito, não percebemos a Sua acção na nossa vida. II Reis 6:14-17 relata um episódio que é disto exemplo. O rei da Síria estava em guerra com Israel e, Deus, que jamais desampara o Seu povo, revelava ao rei de Israel, através do profeta Eliseu, os planos do Rei da Síria, de modo que tudo o que ele intentava saía gorado. Isto levou o rei da Síria a pensar que tinha um traidor entre os seus homens.
O rei da Síria, contudo, acaba por cercar Jerusalém e o servo de Eliseu, vendo o exército sírio ao redor da cidade, é invadido por um medo aterrador e manifesta-o ao profeta. Este tranquiliza-o, dizendo-lhe que "mais são os que estão connosco do que os que estão com eles". Então, Eliseu pede a Deus que lhe abra os olhos para que veja o numeroso exército que estava ao redor deles...
Muitas vezes, nós somos como o criado de Eliseu. Deus salvaguarda-nos de tantas situações e nós não percebemos!
Deus está sempre presente... Ele está connosco no meio do fogo e tira-nos no momento certo, antes deste nos destruir. O trabalho daquele que purifica a prata ilustra bem o que Deus faz connosco. A pessoa que purifica a prata fica o tempo todo sentada a observar a prata purificar-se para, no momento certo, a retirar do fogo, antes deste a começar a destruir... Quando alguém lhe pergunta como é que ele sabe que chegou esse momento, ele responde: "Quando vejo o meu reflexo na prata, sei que está totalmente purificada e que, portanto, chegou a altura de a retirar do fogo". Oxalá ousemos abandonar-nos nos braços do Pai Celestial, que tem cuidado de nós! Ele sabe o que faz...
"Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus" (Salmos 20:7).

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