terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Culto da tarde...

A mensagem da parte de Deus foi-nos trazida pelo Pr. José Lopes. Baseada em Lucas 1:46-55, teve por título: "Dispenseiros de Deus".
Nós somos dispensas de Deus, onde Ele coloca tudo de bom, não só para nosso próprio "consumo", mas também para facultarmos esses recursos aos outros. No entanto, tal como acontece com os alimentos que temos nas dispensas das nossas casas, as energias que nos sustentam em termos espirituais, vão se desgastando. Logo, é necessário repor o stock, pois ninguém pode dar aquilo que não tem. Como podemos fazer isso?
Encontramos a resposta na vida de Maria, que foi escolhida para ser mãe de Jesus, o Salvador do mundo. Que atributos tinha ela que lhe permitiu ser uma referência para nós? Certamente que Maria não tinha uma vida oca. Era, sem dúvida, uma pessoa especial e foi escolhida para ser dispenseira. É verdade que a acção de Deus foi pela graça, mas Maria jamais seria escolhida se não fosse o que era.
Eis, então, os requisitos de um colaborador de Deus, as qualificações de uma vida que pode ser dispenseira da graça de Deus:

1) Investir na oração. Maria foi contactada pelo anjo do Senhor. Logo, ela dedicava tempo à oração. Uma vida que queira brilhar como instrumento de Deus, tem forçosamente que investir na oração, não apenas em tempo, mas também em qualidade, isto é, tem de ter o coração aberto à voz de Deus. Muitas vezes, pensamos, erradamente, que a oração é apenas comunicação de nós para Deus, mas é também de Deus para nós. Oxalá estejamos sempre atentos à voz de Deus. Maria estava...
Investamos na oração, pois a Bíblia diz que ela é incenso para Deus.

2) Leitura da Bíblia e meditação. Na oração registada em Lucas 1:46-55, Maria cita expressões dos livros de Samuel, Miquéias, Salmos, etc. Ela guardava a Palavra de Deus no seu coração. Ela conhecia bem a Palavra. E, mais importante ainda, ela conhecia o autor dessa mesma Palavra. Maria tinha uma relação intimista com Deus. Era um instrumento precioso que Deus reconheceu como tal.
Oxalá nós também tenhamos o desejo de aumentar o nosso grau de intimidade com o Pai Celestial.
3) Adoração. Maria inicia o seu cântico com a expressão: "A minha alma engrandece ao Senhor". Isto mostra espírito de louvor e adoração. Um crente que queira ser dispenseiro tem que adorar o Deus Majestoso. Maria reconhecia a soberania do Senhor. Isto é o que distingue os filhos de Deus dos outros. Deus é Senhor de tudo... da nossa vida, do nosso dinheiro, etc.

4) Santificação. Quem pretende ser colaborador de Deus, anseia a excelência, busca a santificação. Maria, analisando a sua condição, reconheceu que precisava de um Salvador. Ela exalta o Senhor porque, olhando para si própria, ela achava-se uma pecadora e, como tal, precisava da salvação que viria através dAquele que ela iria dar à luz. Maria refere que o Senhor contemplou a humildade da sua serva (v.48). Ela considerava-se uma serva e disponibilizou-se, mesmo sabendo que correria riscos. Aceitou que o seu ventre fosse dispenseiro, algo que viria a pôr em causa a sua honorabilidade e integridade. Ela queria servir. Por isso, a sua resposta só poderia ser: "Eis-me aqui, Senhor".

No versículo 50, Maria declara que a misericórdia de Deus é de geração em geração. Palavras proféticas que se concretizaram, beneficiando cada um de nós. E, infelizmente, muitas vezes, esquecemo-nos que o Deus que operou maravilhas na nossa vida também o quer fazer na vida de outros. Perdemos, frequentemente, a noção de que a nossa "dispensa" não é apenas para nosso usufruto, mas também daqueles que nos rodeiam.
5) Investir na solidariedade. Os versos 52 e 53 mostram que Maria compreendia a visão de Deus sobre os bens do mundo. Revelam que ela tem em conta os desfavorecidos. Ela tinha um espírito solidário. Que contraste com o espírito reinante na sociedade actual, em que os homens se vergam à ditadura do "ter".

Maria investia, claramente, na comunhão com Deus e de uma forma extraordinária. O uso do determinante possessivo "meu" é prova disso. "Meu Salvador"... Isto revela intimidade com Deus; mostra que ela tinha uma relação directa e íntima com o Criador de todas as coisas. Ela era especial por causa da sua relação com Deus. Quando temos intimidade com o Pai Celestial, não podemos ser os mesmos.
Como vai a nossa dispensa espiritual? Investimos na oração, leitura e meditação da Palavra, na adoração, santificação e solidariedade? Não poderemos ser dispenseiros espirituais se não fizermos estes investimentos. Façamos uma auto-avaliação. Muitas vezes, não temos consciência clara da nossa condição. Reuniremos condições para sermos dispenseiros de Deus? Talvez tenhamos que ser purificados como Isaías (Isaías 6). Mas, tal com ele, oxalá estejamos disponíveis para servir ao Senhor.

O que é que estamos a fazer como dispenseiros de Deus? O que estamos dispostos a fazer? O nosso Deus precisa das nossas vidas para sermos dispenseiros da Sua graça, do Seu amor e da Sua misericórdia. Se o fizermos, seremos, à semelhança de Maria, bem-aventurados, isto é, mais do que felizes!

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