terça-feira, 26 de outubro de 2010

Culto da tarde...

Lucas 14 foi o texto bíblico que serviu de base à mensagem que o Pr. Jónatas Lopes nos trouxe no último Domingo.
Jesus entrou em casa de um dos principais fariseus e estava a ser observado. Mas, porquê? Porque é que observavam Jesus? Alguns, certamente, que o faziam com boas intenções, mas, muitos observavam-no para encontrarem nEle alguma falha. O mesmo se passa em relação em nós, cristãos. As pessoas também nos observam, procurando falhas na nossa vida. Como é que nós reagimos perante as adversidades? Não nos esqueçamos que a forma como reagimos determina quem realmente somos... Quem fica mal na "fotografia" é quem reage e não quem age.
"Então, não é ele(a) evangélico(a)? E fez isto?" - dizem prontamente aqueles que nos observam, quando nos "apanham" em algo. Assim, vale a pena perguntarmo-nos : "Quem sou eu quando algo de negativo me acontece? Os que nos observam não estão à espera de ver como reagimos nos momentos bons. Na alegria, toda a gente reage bem!
Será que marcamos a diferença quando somos atingidos por problemas? Não deixemos de reflectir nas nossas reacções e, caso estas não sejam as melhores, procuremos mudar a nossa atitude para que as pessoas que nos rodeiam possam ver a diferença que Deus faz na nossa vida e a confiança que temos nEle.
O versículo 2 diz que, diante de Jesus, estava um homem hidrópico (com gordura acumulada numa determinada zona do seu corpo). Tenhamos o cuidado de não cairmos no gozo fácil, perante as imperfeições e/ou deformações dos outros, pois isso poderá vir a ter um efeito devastador na vida dessas pessoas. Além disso, não conhecemos a história que está por detrás disso e não sabemos a dimensão da luta que a pessoa trava diariamente. "É lícito curar no Sábado?" - perguntou-lhes Jesus, olhando para o homem hidrópico, que precisava da intervenção do Médico dos médicos.
É de referir que o Sábado era o dia da semana em que não se podia fazer nada, absolutamente nada... Os fariseus, que criaram mais de 600 regras, a partir dos 10 Mandamentos, cumpriam escrupulosamente cada uma delas, sendo a que obrigava guardar o Sábado uma das mais importantes. Contudo, ficaram calados e não responderam à questão de Jesus. Jesus cura o homem e logo a seguir tenta fazer entender os fariseus que as necessidades das pessoas devem sobrepôr-se à religiosidade.
Tiago corrobora esta ideia quando afirma que a verdadeira religião é visitar os órfãos e as viúvas e ajudá-los (Tiago 1:27). Nós temos que ser pessoas que se preocupam com os outros. Mas, infelizmente, a maioria das vezes estamos tão preocupados connosco que ignoramos o que se passa à nossa volta. Oxalá deixemos de estar tão centrados em nós mesmos!
No verso 7, vemos que Jesus, ao reparar que as pessoas escolhiam os lugares da frente, propôs-lhes uma parábola. Disse-lhes que, quando fossem convidados para a uma festa, não deviam escolher os primeiros lugares, pois estes poderiam já estar reservados para outras pessoas e, caso isso acontecesse, ser-lhes-ia pedido para se deslocarem para os lugares do fundo, o que constituiria uma situação constrangedora.
Porém, se acontecesse o inverso, isto é, estarem sentados nos lugares mais distantes e serem chamados pelo dono da casa para a frente, isso serviria de honra. Por outras palavras, Jesus estava a dizer-lhes para não procurarem os lugares de destaque, pois "aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado" (v.11).
Jesus vai ainda mais longe no seu discurso sobre a busca incessante pela honra e, no versículo 12, afirma que não se deve convidar para as festas os amigos ou parentes. Eis-nos perante algo que está em contradição com as leis do mundo. Quem é que costumamos convidar para nossa casa? Não são os nossos amigos e conhecidos? Jesus estava a querer dizer que, ao convidarmos aqueles que fazem parte do nosso círculo de amizades, podemos estar a buscar proveito e honra, pois seremos recompensados, uma vez que eles certamente retribuirão o convite.
Analisemos a intenção por detrás daquilo que fazemos.
Não façamos as coisas tendo em vista a recompensa. Mas, infelizmente, às vezes, isto até acontece no trabalho de evangelização. Resistamos a isso e não evangelizemos as pessoas, pensando nos benefícios que nos podem trazer.
Jamais esqueçamos que a Igreja existe para servir. Porém, muitas vezes, andamos à procura de ser servidos.
Jesus deixou-nos o exemplo, pois Ele veio para servir e não para ser servido. Procuremos dar de nós aos outros.

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