sábado, 27 de junho de 2009

Carta Pastoral...

O tema Evangelização, provavelmente, não é novo para nenhum leitor desta Carta Pastoral. Uns mais, outros menos, mas todos nós já fomos abanados, sacudidos, estimulados, perturbados, confrontados, desafiados, etc, etc, com mensagens, estudos, leituras Bíblicas, oração, condição espiritual do nosso mundo, e outros aspectos similares, para a necessidade de estarmos atentos ao IDE de Jesus e cumprirmos a Missão que Ele nos confiou.

Não sei, obviamente, quantas respostas, ou que tipo de respostas, demos a todos esses cenários com que o nosso Deus nos confrontou em algum momento do nossa vida. Também não sei se nos cansámos, ou nos esgotámos, pelo facto de trabalharmos como cooperadores de Deus, ou se já não acolhemos bem qualquer desafio que se enquadre nesse contexto. No entanto, o que sei, é que, com a ajuda do nosso Deus, não nos cansaremos de fazer o que devemos fazer e, mesmo que as nossas forças sejam atingidas pelas ondas do desânimo, ou da ausência de respostas, ou de ondas de outra matiz, o Senhor renova essas mesmas forças e entusiasmo, na medida em que esperamos e confiamos inteiramente nele.

É certo que devemos semear a Palavra e é igualmente certo que muitas vezes o fazemos. Contudo, nem sempre visualizamos os resultados. Foi nesse sentido que Jesus nos deu algumas preventivas indicações que não poderemos, nem deveremos, olvidar:

1ª - A questão dos terrenos.

- O sacudirmos o pó das nossas «alparcas».

A 1ª insere-se na parábola que ilustra que semente de igual qualidade nem sempre tem resultados iguais. Tudo depende do tipo de terreno, ou seja, da condição em que se encontra o coração que a recepciona e a sua diponibilidade para a deixar germinar e dar fruto. E é o próprio Senhor Jesus que nos fala de um leque de possibilidades que devemos conhecer e, como tal, estarmos preparados para semear e não colher; semear, colher e depois ver desaparecer; semear, colher e alegramo-nos com o fruto. Por outras palavras, há pessoas que facilmente nos ouvem, mas dificilmente abraçam a fé em Cristo, ou nunca chegam a abraçá-la; há pessoas que, para nos agradarem, seguem as nossas pisadas, mas sem qualquer compromisso com Cristo; há pessoas que abraçam a fé, de forma tão superficial, que qualquer coisa os afasta de Cristo; mas há, felizmente, pessoas em quem Cristo toca e o Espírito age, pessoas que se deixam tocar e convencer «do pecado, da justiça e do juízo». E é nessa certeza, e com essa convicção, que deveremos continuar a semear a Palavra, independentemente dos resultados, na certeza plena de que o acto de semear é do agrado de Deus.

A 2ª questão que mencionámos foi … O sacudirmos o pó das nossas «alparcas». O desejo do diabo é que nem usemos «alparcas», ou nem sequer as sujemos, para não termos que as sacudir, à semelhança daqueles cuja filosofia é «para que é que me vou lavar, se depois me vou sujar». Esta questão não se encaixa nesse âmbito de apatia, ou de imobilismo. O nosso Mestre estava a falar de contextos claramente, e inequivocamente, opostos a qualquer adesão a Cristo e à fé que nele devemos exercer. E é o próprio Espírito que nos manda sacudir o pó, não para deixarmos de caminhar, e sujar as nossas «alparcas», mas para nos dirigirmos a outros espaços, a outras pessoas, investindo nelas o nosso entusiasmo e a nossa alegria em Cristo.

Evangelizar rima com parar e avançar. Contudo, com Cristo, Evangelizar só pode rimar com avançar. E essa é a vontade de Deus!

Pr. José Lopes

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