sábado, 20 de junho de 2009

Carta Pastoral...

Evangelizar é um privilégio? Evangelizar é uma responsabilidade? Evangelizar é, simultaneamente, um privilégio e uma responsabilidade?

Na expressão Paulina «Ai de mim se eu não pregar o Evangelho, porque a mim me é imposta essa obrigação», vemos, de forma bem clara, que Evangelizar é uma responsabilidade que recaíra sobre ele. E de forma tão evidente que ele inicia esse discurso com um «Ai de mim», sinal de que o incumprimento dessa obrigação teria consequências bem amargas, dolorosas mesmo. Esse sentido de responsabilidade levou-o a abraçar a obra missionária, como servo, no original «escravo», sem qualquer direito ante um mandado de Jesus.

Não sabemos se Paulo estaria a pensar em Ezequiel 33:7 e 8, embora saibamos que ele conhecia tão incisivos versículos sobre a missão de um atalaia. No entanto, quando olhamos para esses versículos, e os queremos analisar de forma correcta, o nosso coração treme diante do encargo que é colocado em cima dos nossos ombros. «Se disseres ao ímpio» e « ou se não disseres ao ímpio» pressupõe duas atitudes do atalaia. Uma dia respeito a uma acto de obediência; outra a um acto de desobediência. A primeira é um processo de transferirmos responsabilidades para cima dos ombros dos avisados, sem qualquer consequência para nós; a segunda é uma forma de rebelião, de total recusa, cujas consequências recairão sobre o não avisado, mas cujo sangue recairá sobre aquele que foi desobediente ao Senhor Deus.

Eu gosto muito de pensar no facto de que Evangelizar é uma responsabilidade … minha! Apenas pelo facto de não querer cair em incumprimento, ou desobediência, ao IDE de Jesus, embora me preocupe as consequências que daí advirão sobre a minha pessoa e sobre aquele que morre em seus delitos e pecados. No entanto, não quero (e também desejava que assim fosse em relação a quem lê esta carta) ficar por um «sim» à questão «Evangelizar é uma reponsabilidade?». Sim, sem dúvida alguma que evangelizar é uma responsabilidade, mas quero assumir que, para mim, é inequivocamente um privilégio. Privilégio na medida em que sou agraciado por Deus; privilégio já que posso ser precioso instrumento nas mãpos do meu Deus; privilégio visto que sou portador de boas e abençoadas novas para aqueles a quem Deus muito ama.

Quando o acto de Evangelizar é visto como um privilégio, e simplesmente como tal, poderá suscitar reacções do tipo «eu não quero esse privilégio». Contudo, quando associo o acto de Evangelizar a privilégio e responsabilidade, concomitantemente, eu estou a declarar que assumo a rponsabilidade de Evangelizar … mas com prazer, com satisfação. É como se estivesse a declarar que não quero deixar de assumir a responsabilidade de Evangelizar, simplesmente porque considero um privilégio paraticipar no IDE de Jesus, ou, por outras palavras, dou graças a Deus porquanto me deu o privilégio de ser responsabilizado sobre o «destino» dos homens.

Amado Irmão: Não sei como queres responder às questões que formulei no início desta carta. Todavia, desejo dizer-te que, mais importante do que afirmar que Evangelizar é uma responsabilidade, ou um privilégio, ou ambas as coisas, é envolveres a tua vida, e tudo o que tens, na divulgação do Evangelho, como cooperador de Deus! Com o sentido de responsabilidade, ou não, com o sentido de privilégio, ou não, o importante é que Evangelizes, isto é, que, enquanto puderes, sejas um anunciador de boas-novas, quer seja com a tua vida, quer seja com as tuas palavras, quer seja com ambas as coisas. Oro para que não sejas como Jonas e fujas da vontade de Deus, mas que a assumas, em pleno e com alegria.

Pr. José Lopes

Sem comentários:

Enviar um comentário