terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Culto da tarde...

No último Domingo, o Pr. Jónatas Lopes pregou com base em Lucas 17. O tema foi: "Quem somos nós na nossa relação com Deus e com os irmãos?"

Jesus diz aos Seus discípulos que os escândalos são inevitáveis, isto é, os problemas que afetam a comunidade, levando a que alguns se afastem de Deus, vão acontecer de vez em quando. O discurso de Jesus, todavia, não termina aqui... Ele alerta para as consequências que poderão advir a quem provoca tais escândalos. "... mas ai daquele por quem vierem! melhor lhe fora que lhe pusessem uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos."
Como nos relacionamos com os nossos irmãos em Cristo? Promovemos a paz ou levamos os outros a pecar? É preferível engolirmos os sapos do que explodirmos, levando os outros a sofrer. É preferível ficarmos nós "mal na foto" do que sermos responsáveis pela queda de alguém. A vida cristã vai contra o nosso ego, opõe-se totalmente à "lei" reinante, a lei do "salve-se quem puder".

O verso 3 aconselha-nos a olhar por nós a fim de não cairmos, mas também nos recomenda que tenhamos sempre o perdão disponível para os outros, pois assim como nós erramos também os outros erram... E, se desejamos ser perdoados quando falhamos, também os outros o desejam. Não é assim que Deus age conosco? Ele perdoa-nos sempre que, genuinamente arrependidos, nós reconhecemos os nossos erros.

É verdade que a Bíblia manda repreender aquele que falha. Contudo, isso deve ser sempre feito em amor, visando a restauração e não a destruição da pessoa. Muitas vezes, não queremos conceder o perdão, alegando que passamos a vida a perdoar determinada pessoa e que ela volta sempre a cometer o mesmo erro. Porém, não é isso que o versículo 4 nos aconselha a fazer. Leiamos: "E, se teu irmão (...) pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: arrependo-me; perdoa-lhe".
Provavelmente por acharem tudo aquilo difícil de cumprir, os discípulos pediram a Jesus que lhe acrescentasse a sua fé. Oxalá seja essa também a nossa oração. Mas, o que é que isto implica? Envolve a quebra do ego e de ideias pré-concebidas, fé no Deus que sabe o que faz e um maior amor para com o próximo. Na nossa relação com os outros, procuremos sempre responder à pergunta de Bob Kaufin: "Como é que isso contribui para o aumento da glória de Jesus Cristo?"

Reflitamos agora na nossa relação com Deus. Quem somos nós com Aquele que nos dá tudo aquilo que precisamos? Somos pessoas gratas ou somos "profissionais da fé"?
O verso 10 afirma que aqueles que fazem aquilo que é suposto fazerem são apenas servos. E servos inúteis! Nada somos perante Aquele que é Rei. Somos simplesmente instrumentos na Sua mão. Não são as nossas qualidades que nos permitem servi-lO. São a Sua maravilhosa graça e o Seu imenso amor que nos concedem tamanho privilégio!
Tenhamos sempre presente que quando O servimos nada mais fazemos do que cumprir a nossa obrigação e que tudo deve ser feito para Sua glória e não para a nossa...
Encontramos, na sociedade atual, vários paralelismos com o caso relatado nos versículos 11 a 13. Dez leprosos aproximaram-se de Jesus, suplicando-Lhe que tivesse misericórdia deles e que os curasse. É esta a ideia que muitas pessoas têm de Deus, que Ele serve para satisfazer as suas necessidades físicas e materiais...

Jesus diz aos leprosos para irem ter com os sacerdotes. Eles obedecem e, antes de chegarem ao seu destino, verificam que a sua pele já não apresenta quaisquer sinais de lepra. Porque terá Jesus feito este pedido aos leprosos? Provavelmente para testar a fé deles... E por que terá realizado a cura antes de eles chegarem junto dos sacerdotes? Provavelmente para que eles não tivessem quaisquer dúvidas acerca do autor do milagre e para que constatassem que bastava uma palavra de Jesus para ficarem curados.

É de notar que, contrariamente ao que se vê por aí, Jesus não transforma o milagre em espetáculo. É bastante discreto até...

Reparemos também na atitude de um dos leprosos curados, a qual o distingue dos outros. Após obterem a cura física, que era o que todos desejavam, todos eles, exceto um, vão à sua vida. Um deles, curiosamente um Samaritano (um povo marginalizado), voltou para trás e atirou-se aos pés de Jesus, profundamente agradecido pela graça alcançada.
Jesus pede-lhe que se levante e diz-lhe algo muito belo: "A tua fé te salvou". E o homem, que já tinha sido curado da sua doença física, obtém também a cura espiritual.
Quem somos nós na nossa relação com Deus? Somos pessoas agradecidas? Por que é que O seguimos? Para obtermos cura física e bens materiais?
Oxalá sejamos seguidores de Cristo por causa da cura espiritual que nos proporcionou quando prescindiu da sua vida para nos salvar, garantindo-nos assim a vida eterna.
Temos à nossa espera um lugar de delícias perpétuas... Maravilhosa graça!

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