quarta-feira, 1 de junho de 2011

Escola Bíblica Dominical...

Na última EBD, estudámos o livro de Filemon e o Pr. Jónatas Lopes levou-nos a reflectir na seguinte afirmação: "Aquilo que é mais difícil aos Cristãos é a razão pela qual somos Cristãos". Porque é que somos Cristãos? Porque aceitámos Jesus Cristo como Salvador; porque seguimos a Cristo; porque houve perdão, isto é, libertação da culpa... Perdoar é, certamente, das coisas mais difíceis de realizar por um Cristão. Mas, por que é que o perdão é algo tão difícil para o Cristão se este é uma das razões pelas quais somos Cristãos? Devemos ter Jesus como referência e perdoar antes até de nos pedirem perdão. Recordemos as palavras de Jesus, quando se encontrava na cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). Que implicações é que uma atitude assim tem nos nossos relacionamentos? Para os seres humanos, perdão não é sinónimo de esquecimento. Somente Deus tem essa capacidade. Quando perdoamos alguém, o que essa pessoa nos fez continua na nossa memória, mas a amargura e rancor associados àquilo que nos fizeram, desaparece.
Não nos esqueçamos que, em qualquer desavença, tanto o culpado como a "vítima" têm o dever de resolver o conflito. Recordemos as palavras de Jesus em Mateus 5:23-24: "Se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta". Foi-nos dado o ministério da reconciliação, algo fundamental em todos os relacionamentos. E conseguiremos, certamente, ser agentes conciliadores se adoptarmos a postura de Paulo: "Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus" (Actos 20:24).
A Verdade Bíblica da lição afirma o seguinte: "Quando alguém nos trata injustamente, devemos manter com essa pessoa uma relação marcada pelo perdão". O livro de Filemon é uma carta do apóstolo Paulo, que se encontrava preso, dirigida a Filemon, um amigo seu. O assunto da missiva era Onésimo, um escravo de Filemon que o tinha roubado. Paulo conheceu Onésimo na prisão, evangelizou-o e este aceitou Cristo como seu Salvador. Assim, Paulo pede a Filemon que perdoe Onésimo e que deixe de o tratar como escravo e que o passe a tratá-lo como irmão... Paulo não lhe pediu algo fácil. Porém, não lhe pediu nada que qualquer Cristão não deva fazer. Relembremos as palavras de Jesus quando Pedro Lhe perguntou quantas vezes deveria perdoar o seu irmão, ao mesmo tempo que sugeria o número 7: "Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete" (Mateus 18:22). Será que Jesus estava aqui a limitar o perdão a 490 vezes? É óbvio que não. Ele queria dizer que devemos perdoar sempre que falhem para connosco...
Regressemos ao texto bíblico da nossa lição... Paulo define-se como prisioneiro de Cristo. Ele e Filemon tinham uma relação de proximidade, pois ambos serviam ao Senhor, tendo sido já companheiros de várias lutas. A Igreja costumava reunir-se em casa de Filemon (o que comprova que a Igreja não são as quatro paredes do templo). Porém, quando a Igreja se reúne em casa de alguém, essa pessoa tende a sentir mais responsabilidade e, às vezes, até se sente dono da Igreja. Paulo sente, então, necessidade de relembrar a Filemon que eles são apenas servos do Senhor, o verdadeiro Dono da Igreja.
Paulo estava plenamente consciente de que Filemon tinha um grande amor por Deus. E, quando temos amor, alegria ou perdão, manifestamos essas coisas aos que nos rodeiam. Daí Paulo dizer a Filemon que ao ter grande amor por Deus, também o deveria ter para com os outros. Relembra-lhe, então, que algumas pessoas tinham sido reanimadas através da sua acção e pede-lhe que tenha uma atitude assim para com Onésimo, o filho espiritual de Paulo. Paulo implora-lhe que o receba como a si mesmo, pois está disposto a ressarcir Filemon pelos danos causados por Onésimo. Paulo conclui a carta, dizendo-se convicto de que Filemon fará o que lhe pede por causa da sua grande capacidade de perdão...
Perdão: uma característica Cristã, da qual nenhum de nós deve prescindir... Oxalá sejamos imitadores de Cristo, que mesmo sob uma dor atroz, conseguiu perdoar aqueles que lhe causavam tal sofrimento!

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